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Capítulo III - O mundo que ela não sabia pertencer



***Indica-se ler início deste capítulo escutando a canção: A$AP Rocky - Fukk Sleep (Official Audio) ft. FKA twigs



Aos poucos, a garota abre os seus olhos, com o extremo cansaço em levantar as pálpebras. Logo, se espanta ao perceber que está com as mãos atadas na cadeira em que está sentada e vê as mesmas três figuras que apareceram na noite anterior. Maeve está em uma sala grande, escura e com pilastras que tinham imagens que ela não conseguia reconhecer, quase como se estivessem contando uma história. Na sala, papéis com ideogramas japoneses compunham o espaço. Esses papéis eram os amuletos, utilizados pelos feiticeiros para conseguir controlar os perigos presentes dentro daquela sala.


  • Uma certeza que temos sobre ela é que ela não tem um pingo de estilo! - exclama a garota do grupo com um tom de deboche.


A garota possuía um corte de cabelo curto e um tapa olho no olho esquerdo e vestia um uniforme com um tom azul escuro semelhante ao dos outros dois garotos


  • Ei, Nobara seja mais receptiva com as visitas. - diz o garoto com os cabelos tingidos de rosa que, posteriormente, Maeve saberia se chamar Itadori.


Prontamente ele é repreendido pelo olhar arrebatador da garota.

  • Não temos muito tempo a perder, então diga quem você é e qual sua relação com aquela maldição que atacou o garoto que estava contigo ontem à noite - Diz o garoto sério com fios de cabelo espetados em direção a Maeve. seu nome era Megumi.

  • Eu não tenho idéia do que tá rolando. Isso é um experimento ou um sonho? Eu só quero ir embora e encontrar o Otis - responde Maeve, em tom de desespero.

  • Não finge. A gente viu que você já tinha percebido a presença da maldição antes mesmo dela aparecer, e você resistiu ao ataque que recebeu em segundos. Você é uma feiticeira, não é? - Nobara questiona.


Porém, Maeve insiste ao explicar que ela não entende o que está acontecendo.


  • Aquilo que atacou você ontem à noite era uma maldição. Maldições são seres espirituais que surgem a partir de sentimentos negativos das pessoas. Nós somos feiticeiros Jujutsu, somos responsáveis por combatê-los e a capacidade que possuímos para isso nos diferencia de humanos normais. A questão é que não-feiticeiros raramente conseguem prever a presença das maldições ou resistir aos seus ataques, algo que você conseguiu mesmo sendo, aparentemente, uma humana. - Diz Megumi em um tom de extrema seriedade.

  • Eu, por exemplo, já engoli um dedo amaldiçoado e abriguei o rei das maldições dentro de mim durante um tempo. E, no fim, acabei descobrindo que eu possuía um passado que envolvia feiticeiros - Diz Itadori, com uma simpatia contrastante às bizarrices que o mesmo fala.

  • Essa brincadeira já passou dos limites. Vocês podem me soltar por favor? Eu tenho que cair fora e encontrar o Otis. Nunca mais vou tomar daquele saquê maldito!! - grita Maeve


Maeve começa a se debater na tentativa de se libertar das amarras, mas nota que é impossível, já que as cordas são mais grossas que seu próprio braço. Quando se volta ao trio, percebe que Megumi está fazendo um sinal com as mãos e, logo em seguida, vê um lobo gigante com um símbolo geométrico na testa ser invocado por meio de um portal que se abre no chão.


  • Agora você acredita na gente? - pergunta ele - Eu sou Fushiguro Megumi, e esses ao meu lado são Itadori Yuji e Kugisaki Nobara. E nós somos os pupilos de Satoru Gojo, o maior feiticeiro Jujutsu. Seja bem-vinda, feiticeira!


***

***Indica-se ler a próxima cena escutando a canção:


Chocada com a revelação, Maeve finalmente acredita nos feiticeiros Jujutsu. Depois de ser libertada, ela é apresentada à Escola Jujutsu de Tokyo. A instituição é formada por diversas

casas que seguem a arquitetura tradicional japonesa, e possui uma quantidade absurda de corvos por todos os cantos. Ao longo do caminho, Megumi, o garoto do cabelo espetado, Itadori, o garoto simpático do cabelo rosa e Nobara, a garota com um tapa olho, explicam à Maeve que a maldição que a atacou era, provavelmente, de um nível avançado e que, ao invés de matar o seus inimigos, se alimentava de suas inseguranças sexuais, o que resultava na eventual morte do alvo por falta de energia.


Ligeiramente, Maeve se recorda de quando ela e Otis fizeram uma clínica do sexo durante o período escolar na qual davam conselhos sexuais aos alunos de Moordale, e pensa na possibilidade deles estarem sendo punidos por atitudes do passado. Logo, ela se depara com uma mulher alta e esbelta. Os seus longos fios de cabelo branco eram divididos em duas tranças e uma delas cobria quase que completamente o seu rosto. Ela possuía uma energia misteriosa e atraente ao mesmo tempo.


- Então você é a garota misteriosa né? - disse a mulher, com um olhar instigante - Eu sou Mei Mei, a diretora do Colégio Jujutsu de Tokyo e eu, enquanto superior da instituição, decidi te aceitar como uma nova integrante do nosso grupo. As habilidades que você demonstrou possuir ao se deparar com a maldição sexual provam que sangue xamânico corre em suas veias.

- Espera aí! Eu sou uma bruxa? - interroga Maeve, que está chegando ao extremo da perturbação.

- Minha querida, não precisa se assustar tanto. Inclusive, com a coragem que demonstrou ontem, você provou ter uma incontestável capacidade para alcançar todas as suas respostas. E para isso, Itadori, Megumi e Nobara irão te auxiliar.

- Mas não são só eles que vão te ajudar, Maeve… Você também poderá contar comigo. - diz uma voz que chega por trás.


Maeve olha para trás e fica incrédula ao reconhecer o dono da voz


  • Não acredito… ERIC???? - grita, chocada


***


Naquele momento Maeve sentia que estava diante de um grande pesadelo, mesmo acreditando nos feiticeiros. Mas não esperava encontrar um ex-Moordale por lá, isso aí já era demais para ela. Eric senta à sua frente e explica o porquê de estar ali:


- É o seguinte, queridinha… eu viajei há anos atrás para a Nigéria junto com a minha família. Eu sou nigeriano de nascença. Porém o que rolou lá foi que eu conheci um garoto chamado Yuta Okkotsu, ele é um feiticeiro Jujutsu que estava viajando pela África em uma jornada própria. Ele conhecia um amigo meu que era um feiticeiro. Eu acabei tendo contato com os vodoos, e comecei a sentir no meu corpo a energia sobrenatural de um chamado durante todos esses anos. Quem me chamou foi ela - aponta para Nobara, a garota com um tapa-olho - ela tem poderes com bonecos de palha, e desde que eu comecei a receber as mensagens sobrenaturais eu não tive mais sossego, eu tive que vir cumprir minha verdadeira missão. A Escola Jujutsu tem feiticeiros espalhados por todo o mundo, Maeve… e agora você descobriu que é uma delas!


Maeve escuta com atenção, mas ainda continua chocada com tudo aquilo


- Caramba… é tudo muito confuso pra mim! Mas então, se você é feiticeiro igual a eles porque você não agiu quando o Otis foi engolido?

- Eu não podia.. eu estou encarregado de uma outra missão nessa história. Eu já sabia que vocês poderiam ser atacados, mas estou investigando essa maldição há muito tempo, e não poderia interferir.



- Mas Eric, o Otis está correndo muito perigo! Ele pode morrer, se é que já não está morto! E você fica aí só investigando, sem fazer nada??? - grita Maeve, perdendo a paciência - Quer saber? Eu já vi que vocês não vão fazer nada mesmo! Se eu sou uma feiticeira como vocês estão falando, eu vou descobrir sozinha um jeito de salvar o meu amor!


Ela tenta sair, mas sente uma forte dor em suas pernas que a impede de andar. Ao olhar para Nobara, vê que a mesma está perfurando uma fina agulha em um boneco de palha.


- Eu estou sendo simpática com você. Se continuar bancando de revoltadinha, eu faço o seu coração parar de pulsar - diz Nobara em um tom extremamente ácido.

- Você não pode sair. Você é uma feiticeira Jujutsu! E terá que cumprir a sua obrigação até o final - diz Itadori, que abandona completamente o seu jeito piedoso.


Mei Mei aparece repentinamente ao seu lado, com um corvo em seu ombro direito, tentando controlá-la.


- Sente-se Maeve… não tente se rebelar, ou será pior para você e para seu amigo! - diz ela

- Tá, beleza… - responde Maeve, sentando-se em frente a Eric - Mas qual é o plano de vocês?

- Nós precisamos saber qual a natureza dessa maldição, para poder agir sobre ela. Eu já descobri uma coisa muito importante: existe uma pessoa que está por trás de tudo isso, e essa pessoa é um velho conhecido nosso , Maeve - conta Eric

- Sério? - Maeve se surpreende - Mas aquilo era uma vagina gigantesca com diversos tentáculos!


- Então… desconfiamos que seja alguém de Moordale, alguém que sabia que estudávamos na escola do sexo. Só que essa pessoa está muito camuflada pela maldição, e por isso não conseguimos identificá-la. Mas eu tenho certeza que é alguém que nós conhecemos, pois após algumas pesquisas feitas por nós, chegamos a conclusão que essa é uma criatura de fora do Japão, possivelmente das costa Europa ocidental, porém provavelmente teve contato com algum poderoso xamã ou maldição de Tokyo - diz Eric


- Porém, se essa criatura quisesse matar Otis, ele mataria ali mesmo - diz Megumi - Isso nos leva a conclusão que aquela criatura se alimenta da energia ou inseguranças sexuais das pessoas que se apossa. Então, Maeve… você tem um caminho a seguir. A sua função é desenvolver a sua energia amaldiçoada para que possa nos ajudar a descobrir quem é a pessoa conhecida de vocês que está por trás da PPKduMal, o nome que designamos à essa maldição.


- Por agora você deverá treinar bastante, pois se você quer salvar o seu namoradinho você precisará descobrir como usar a sua energia amaldiçoada - diz Mei Mei, de maneira que chega a despertar uma ânsia incontrolável em Maeve - Ah, e lembrando: não tente se rebelar demais, pois eu tenho olhos por todo esse lugar, querida.


“Então, era isso que sempre foi escondido de mim”, pensa Maeve consigo mesma e logo lembra do fato de nunca nem mesmo ter visto a face do seu pai. Ali mesmo confirmou. Seu pai era um feiticeiro Jujutsu e por isso que sangue xamânico corria em suas veias. Mas não havia nada que ela pudesse fazer. Agora ela teria que encarar tudo aquilo.


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